quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Progresso versus Educação

Por Éboni Mattos - Colunista CUFA Brasil
Éboni Mattos tem 23 anos, é formada em Letras e pós graduanda em Língua Portuguesa e Literatura Contemporânea, professora e membro da CUFA (Central Única das Favelas) onde responde pela Coordenação Pedagógica e também atua no Núcleo de Comunicação.

A dialética entre Progresso e Educação é algo recorrente, principalmente em início de ano e, ainda mais, com uma nova voz de comando no país, nossa nova Presidenta Dilma Rousseff. De fato, um é alicerçado nas bases do outro e neste caso a educação antecede o progresso e é primordial para que ele aconteça.
O Brasil começou um pouco tarde a se preocupar com o tema e hoje busca sanar o prejuízo, este que nos afasta de números significativos entre países como Espanha, Coréia e Finlândia. A trajetória destes países e o que nos aproxima hoje é a forma como tratam e enaltecem a educação e como essa guinada ao longo dos últimos anos causou uma revolução no cenário econômico e social. Assim, é fácil perceber o poder transformador da educação na vida das pessoas e de todo um país, como esse trio de países que citei anteriormente, colhendo frutos contínuos de um investimento comprometido com base em novas políticas educacionais e com foco direcionado. Investiram na capacitação dos professores, ampliaram o tempo de permanência em sala de aula e as leis educacionais foram reformadas.
O conhecimento proveniente da globalização e das novas tecnologias trouxe à tona a percepção do papel fundamental da educação na sociedade, retirando-a do plano retórico e tornando-se peça chave em gabinetes de governo, círculos empresariados e passando a ser objetivo de todo cidadão. Uma pesquisa realizada em 2006 pelo Ibope mostrou que a educação está como preocupação do brasileiro em sétimo lugar, atrás de fatores como: desemprego e drogas, mas esse quadro tende a mudar e em breve estará entre as primeiras. A conscientização das pessoas nessa busca ao ‘El Dourado’ está despertando e promete crescer nos próximos anos.
Mas a pergunta em questão é: por que a educação faz tanto a diferença?
“Porque é uma dimensão da vida em sociedade que afeta todas as demais. Incide sobre a qualidade da representação política, a distribuição de renda, o desenvolvimento econômico e a justiça social”, respondeu o ex ministro da Educação, Fernando Haddad.
Talvez o impacto mais visível seja incidente sobre a renda, o fato de não termos uma sociedade em sua maioria graduada levou á construção de uma das sociedades mais desiguais do planeta, quadro que necessita de mudanças urgentes.
No Brasil, a preocupação com a parte educacional só adentrou as veias políticas nos anos 30, durante o governo de Getúlio Vargas, que foi responsável pela criação do primeiro Ministério da Educação e que desenvolve um trabalho imprescindível até os dias atuais. Hoje o analfabetismo está em torno de 11% e não há crianças fora das salas de aula, mas a luta atual prima pela qualidade. Em contrapartida, o Brasil foi um dos países que mais cresceu ao longo de todo século 20.
Sem dúvida a educação é a saída, ou melhor, a entrada para ampliar esse cenário e é necessária a convicção de que o caminho não é crescer e investir em educação, mas sim educar pra gerar crescimento, afinal, o progresso só pode se solidificar e criar raízes no solo forte da educação.
Que 2011 seja o ano do conhecimento no Brasil e que o novo governo invista em educação e capacitação dos professores, afinal, são eles o ponto de gravidade em sala de aula e peça fundamental na formação conhecimento e caráter do aluno/cidadão dentro da escola. Sim! Nós dizemos sim à EDUCAÇÃO.
Fonte: CUFA Macaé/RJ