quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MV Bill na Malhação

Nesta semana, consegui me liberar mais cedo do trabalho e, ao chegar em casa, liguei a televisão e dei de cara com MV Bill na novela Malhação. Achei estranho um cara do rap, que já foi acusado de apologia ao crime, estar ali.

Ignorei minhas reflexões e continuei a assistir. Vi que, na novela, ele é um professor de Física e um pai atencioso. Na hora, veio à minha cabeça os papéis que os negros geralmente faziam na televisão quando eu era criança:bandido, alcoólatra, empregada doméstica, escravo, capanga dos vilões e por aí vai.

Lembro que, quando vi Zezé Motta no Telecurso 2000, bem vestida e falando sobre História, fiquei encantado. Era a prova que eu precisava para entender que não éramos somente aqueles estereótipos pregados.

Voltei minha atenção para Malhação e recordei que, em uma das suas músicas, MV Bill diz: “Para quê? Por quê? Só tem paquita loira, aqui não tem preta como apresentadora. Novela de escravo a emissora gosta, mostra os pretos chibatados pelas costas”. Depois de tudo isso, liguei para o MV Bill e quis saber dele o que acha do que está fazendo, a resposta foi curta e objetiva:

– O que sempre fiz, defendendo aquilo que acredito, só que, agora, em outro espaço e de outra forma.

Entendi o que ele quis dizer ao ver meninazinhas na minha comunidade comentando que queriam ter um professor de Física como o professor Antônio, personagem do Bill. E, na mesma conversa, uma delas disse que, se tivesse um pai como ele, já estava bom.

Talvez, estar na Malhação não faça do Bill uma Paquita como ele denunciou no seu rap, mas vai além, faz dele um referencial importante, pois mostra que a pele escura combina com todos os papéis da vida, inclusive, os de sucesso. E isso não é somente na tevê, serve também para a vida.

Parabéns, Bill!
Manoel Soares

Plano Nacional estimula a qualificação da rede de saúde.

Na última segunda feira, dia 20, o Governo Federal, através do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, anunciou a abertura de editais onde os municípios poderão buscar recursos para a implantação de novos leitos, ampliação de serviços e qualificação da rede de atenção à saúde.

Por isso, o Expresso CUFA desta quarta-feira, dia 22, fez um bate papo com a assistente social do Centro de Atenção Psicosocial - Caps de Cachoeira do Sul, Itaíra Teixeira, que falou sobre a importância de se qualificar as pessoas que atuam diretamente no manejo de usuários de drogas.

“O benefício direto certamente será para a população atendida, na medida em que tem pessoas capacitadas, com orientação de como estar intervindo junto a essa população com as necessidades que são muito específicas, obviamente a gente só tem a ganhar”.

Itaíra acrescenta que vê com bons olhos esse plano pois vem com a proposta de trabalhar de forma intersetorial, com o envolvimento das áreas da educação e assistencial social, segurança além da saúde pois, os problemas que dizem ser causados pelo uso do crack não está relacionado somente ao uso mas sim a uma “questão maior que é o que está no entorno, o que mobiliza, o que movimenta essa rede toda e que não é só a questão do crack”.

Outro ponto abordado na conversa foi a prevenção. Quando se fala nas questões do entorno, do contexto onde os usuários estão vivendo, podemos perceber que muitas outras pessoas estão vulneráveis a também se tornar usuários de algum tipo de droga. São famílias que sobrevivem sem o mínimo de saneamento e sem acesso aos principais serviços básicos a que tem direito como educação e saúde de qualidade.

“Geralmente se trabalha em cima do efeito e a causa fica camuflada. Muitas vezes não há um interesse que essa causa seja percebida por que ela vai dar um susto muito grande nas pessoas”, comenta a assistente social.

Em relação às famílias, Itaíra fala da importância de se perceber os sinais que podem indicar algum tipo de uso pois, normalmente só se busca um serviço de saúde quando o caso já está crônico:
“Quando as pessoas começam a se sentir incomodadas e vem todas as questões ligadas a delitos, daí o uso aparece como um grande problema, quando na verdade o problema já existia lá atrás quando ele tava faltando a escola, dormindo mais do que devia, já não tava comendo direito, tava mais agressivo em casa, mentindo, enfim mas, perece que tem que acontecer uma coisa maior. Existe uma demonização do problema mas que poderia ter sido atacado lá atrás, isso ta ligado à prevenção”, complementa Itaíra Texeira.

A CUFA Cachoeira do Sul, vem participando de diversas discussões sobre a rede de atenção à saúde mental, contribuindo e aprendendo no fórum intersetorial que reuni ideias, estratégias e direcionamento para propostas de políticas públicas. A reunião, que acontece toda 2ª segunda-feira de cada mês, partiu de uma iniciativa do Caps e está ganhando corpo com a participação de diversos setores públicos, privados e da sociedade civil.


Até o próximo Expresso CUFA.
CUFA Cachoeira do Sul

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vem ai o grande show contra o crack

Música sim, crack nem pensar se prepara para grande show de encerramento do projeto com todas as bandas juntas.

Nesta sexta-feira, dia 10, as bandas Doom Freak e Bullet fizeram mais um pocket show na Escola Ana Nery, dentro do projeto Música sim, crack nem pensar. Esta foi a última intervenção nas escolas, em preparação para o grande show que vai reunir todas as bandas no Leblon 400 Bar, dia 24 de setembro, a partir das 17hs.

Toda a renda arrecadada no show será revertida para o Projeto Jornada Preventiva, da CUFA Porto Alegre que vai atuar na prevenção ao uso do crack em comunidades da capital. O projeto está inserido na campanha crack nem pensar junto a outros projetos que podem ser conhecidos no Portal Social.

A Conexão Bandas, idealizadora do projeto, mobilizou cinco escolas durante três semanas, fazendo com que os alunos pensem em formas mais saudáveis de divertimento, fazendo intercâmbios culturais e levando informações importantes sobre a prevenção ao uso indevido de drogas.

Para você conhecer um pouco mais sobre as bandas participantes, a CUFA RS traz hoje mais quatro bandas que se apresentaram no projeto: Landor, Axis, Dekalc e Bullet.

Landor
A banda Landor teve início em novembro de 2008, se consolidando em 2010. Tem como influências Raimundos, Charlie Brown, Dead Fish e Papa Roach e que contam com uma galera pra lá de talentosa. Fabrício, vocais; Anderson, guitarra solo; Maurício, guitarra base; Artur, baixo e Leandro, bateria.
Ainda não fez muitos shows, mas enquanto isso estão trabalhando duro em ensaios regulares e preparando músicas que com certeza vão fazer o cenário musical sair da mesmice.

Axis
O que é Axis? Axis significa "eixo", em inglês. É usado como expressão política para definir um grupo. Na biologia, Axis é tanto a segunda vértebra cervical quanto um gênero de cervo presente no sul da Ásia. E, além disso, é o nome de uma banda de rock, formada por Ricardo Endrigo, Doug, Leonardo e Emerson. Para Ricardo, o vocalista, "Axis" tem ainda outro significado: "é a ideia, os sentimentos que tu tenta esconder, mas que estão lá dentro de ti. Tu só vais resolver isso se tu gritar os teus problemas". E é isso o que ele faz. Através das letras que compõe, Ricardo dá voz a problemas comuns a todos nós, mas que poucos conseguem botar para fora: desilusão, desapontamentos com quem se ama, raiva. "Tu é humano e sente isso. A Axis quer jogar isso na tua cara, quer te puxar para o mundo real"

Dekalc
A banda DEKALC nasceu em Junho de 2006, a intenção desde o inicio da formação foi colocar uma mulher nos vocais, para misturar a voz suave com a agressividade de um instrumental com influências das melhores vertentes do Rock And Roll.
A DEKALC tem um EP lançado em 2008, intitulado como “Uma Nova História”, o material contem seis faixar inéditas de autoria da própria banda, contando com a música carro chefe do EP “Por Você” com participação mais que especial do amigo Lucas Falaschi, vocalista da banda Área Restrita, também de Porto Alegre.
No momento a banda encontra-se em estúdio preparando seu novo CD de inéditas, será doze faixas de autoria da banda. Uma pequena demonstração do que ainda virá já está disponível no myspace da banda, que hoje é seu site principal para quem quer saber e conhecer um pouco mais do trabalho da DEKALC. É formada hoje por: Dani, vocais; Ivan , guitarras e violões; Luketa, guitarras e violões; Caramês, baixo e vocais e Evans bateria e vocais.

Bullet
A banda Bullet foi formada em meados de setembro de 2006. Calcada em cima de um rock/poprock com guitarras distorcidas fazendo melodias bem trabalhadas, baixo e bateria pegando forte em bases que, além de conduzirem os ritmos, também estão repletas de melodias; e letras que falam sobre coisas cotidianas na vida de qualquer um, principalmente sobre as relações de amor e ódio existentes entre as pessoas.
Em março de 2008 a Bullet iniciou as gravações do seu primeiro trabalho, entitulado "A Caminho do Sol", o qual contou com a produção de Vladi Vidal, e foi masterizado no estúdio Marquise 51, aqui de Porto Alegre. Depois de alguns contratempos, finalmente em outubro de 2009 foi lançado esse material no myspace (www.myspace.com/bulletacaminho), que possui 11 músicas.
Ela é formada por: Joel Anjos (Guitarra e voz), que chamou Tiago Ramos (Guitarra), Rafa Pestana (Baixo) e Marcelo Bertodo (Bateria)


Não perca o grande show. Mais informações www.conexaobandas.com
Apoio: Campanha Crack, Nem Pensar!, Leblon 400 Bar e CUFA RS.
Patrocínio: Grupo Oba e Severo Roth.

CUFA RS

PRÊMIO ANÚ: A ressignificação de um território paralelo

O Prêmio Anú objetiva chamar a atenção da sociedade para projetos que impactaram positivamente nas comunidades carentes durante o ano de 2010.

Este Prêmio busca, sobretudo, valorizar e reconhecer publicamente iniciativas desenvolvidas em favelas, ou seja, comunidades populares que vivem em dificuldades sociais, gerando bem comum para a população, elevando a auto-estima dessas comunidades, trabalho, renda, qualidade de vida e equilíbrio social.

O papel do Jurado, colaborador de vários segmentos da sociedade (empresário, artista, esportista, gestor público, cineasta, jornalista entre outros), é escolher as experiências nesses territórios que mais se destacaram em seu Estado.

O critério de escolha é livre e se baseia no conhecimento de cada um sobre o assunto. Na ocasião poderão ser escolhidas iniciativas e projetos de pessoas, fundações, ONGs, empresas, clubes, enfim, toda e qualquer manifestação desenvolvida por estes.


PROJETOS/INICIATIVAS


O Jurado deverá indicar no site do Prêmio (www.premioanu.com.br) 10 iniciativas, exclusivamente privadas, de seu Estado que, em sua opinião, mereçam receber o Prêmio.

As experiências que forem indicadas pelos jurados poderão ter patrocínio e apoio do Poder Público, mas os governos ou suas subsidiárias não poderão participar do processo de escolha.
Ademais, nenhum projeto ligado as Cufas nos Estados poderão participar da votação.

Caso o Jurado possua ou participe de alguma iniciativa, esta não poderá ser votada pelo mesmo. Não serão contemplados, também, os projetos realizados fora desses espaços, ainda que sejam com o objetivo de atender aos moradores de favelas.

PRAZO

O Jurado receberá uma senha para acessar o site do Prêmio, onde deverá inscrever suas 10 indicações a partir do dia 10 até 20 Setembro 2010, ocasião em que serão contabilizadas as 05 (cinco) iniciativas mais votadas para participar da Etapa Estadual.

ETAPA ESTADUAL E NACIONAL

A Etapa Estadual consiste nas 05 (cinco) iniciativas mais indicadas pelos Jurados de cada Estado ir à voto popular, através do site, onde o público escolherá a melhor do seu Estado.

O Projeto mais votado pelo público entre 20 de Novembro e 31 de Dezembro 2010 ganhará o Prêmio Anú de Ouro.

Os vencedores Estaduais estarão automaticamente participando da Etapa Nacional, qual seja, o grande público votará na melhor iniciativa do Brasil, recebendo esta o Anú Preto em 15 de Fevereiro 2011.

PREMIAÇÃO

Os vencedores Estaduais e o Nacional participarão da cerimônia de entrega do Prêmio, em 15 de Fevereiro de 2011 no Theatro Municipal – Rio de Janeiro.

CUFA BRASIL

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espaço da Cultura no desfile cívico.


No dia 7 de setembro, terça-feira, a CUFA Cachoeira do Sul desfilou junto com a Escola Dora Abreu, em homenagem ao Dia da Independência do Brasil. O projeto Espaço da Cultura na Escola, desenvolvido pela CUFA para os alunos do Dora, faz parte do Núcleo de Projetos da Escola.




O desfile também é uma forma de mostrar e valorizar as iniciativas e projetos sociais que as instituições desenvolvem na cidade. A CUFA Cachoeira do Sul aproveitou o momento para levar mais informações sobre seu projeto e sobre o Fundo da Infância e Adolescência de competência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA.

É através de recursos desse Fundo que diversos projetos são mantidos ou recebem apoio em Cachoeira do Sul. A CUFA Cachoeira do Sul, por exemplo, realizou a Capacitação de Oficineiros com recursos do Fundo Municipal em julho de 2009.



Após a passagem da Escola Dora Abreu, representantes da CUFA Cachoeira do Sul voltaram para o desfile, dentro do grupo do Programa de Prevenção à Violência, onde participam como integrantes do Comitê Municipal do PPV.


CUFA Cachoeira do Sul.
Fotos: Rafael Bavaresco e Max Oliveira.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Projeto HipHop nas Comunidades


Projeto realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura do RS e PPV levam cultura e prevenção a 13 cidades gaúchas!

Iniciou nesta segunda-feira, dia 30, nas cidades de Santiago e Canoas o Projeto Hip Hop nas Comunidades, que será desenvolvido pela CUFA RS e realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura - SEDAC e o Programa de Prevenção a Violência do Rio Grande do Sul - PPV.

Utilizando a cultura hip hop como ferramenta de prevenção a violência, a CUFA RS viajará 13 (treze) cidades gaúchas, mobilizando as crianças e as comunidades da área PPV, através do graffiti, dança de rua (break) e MC/DJ (RAP e discotecagem).

Os oficineiros, além de abordar teoria e a prática de cada elemento, também estão inserindo a pedagogia do Hip Hop, construída pela CUFA, onde mostra como a cultura, de forma interdisciplinar, contribui e facilita o aprendizado na escola e no convívio social.

O projeto visa reunir mais de 325 crianças e adolescentes, que podem se tornar multiplicadores da pedagogia Hip Hop nas áreas do PPV.
As cidades visitadas serão:

Agosto
30/08 Santiago
30/08 Canoas
31/08 Santa Maria
31/08 Erechim
31/08 Novo Hamburgo

Setembro
01/09 Rio Grande
01/09 Eldorado do Sul
01/09 São Borja
02/09 Pelotas
02/09 São Borja
03/09 Canguçu
03/09 Torres
03/09 São Borja
08/09 Santiago
08/09 Passo Fundo
08/09 Canoas
09/09 Erechim
09/09 Santa Maria
09/09 Novo Hamburgo
10/09 Rio Grande
10/09 Eldorado
11/09 Pelotas
11/09 Alvorada
13/09 Canguçu
13/09 Torres
14/09 Passo Fundo
14/09 Pelotas
14/09 Eldorado Sul
15/09 Erechim
15/09 Canguçu
15/09 Novo Hamburgo
16/09 Rio Grande
16/09 Santiago
16/09 Santa Maria
17/09 Alvorada
21/09 Canoas
21/09 Alvorada
21/09 Passo Fundo
22/09 Torres

Entre os oficineiros teremos jovens de Rio Grande, Canoas, Porto Alegre, Alvorada, Cachoeira do Sul e Frederico Westphalen contribuindo nesse processo de formação e mobilização dos jovens pela cultura.

Em Cachoeira do Sul, Rodrigo Gonçalves (dança de rua) e Matias Streb (graffiti) se reuniram planejar as oficinas que serão ministradas por eles em Santiago.




Informações sobre as locais de realização das oficinas, acesse o site WWW.cufars.org.br e clique em agenda.

Confira as fotos da Oficina de Break que rolou em Santiago, realizada pelo Oficineiro Rodrigo da CUFA de Cachoeira do Sul.





Confira as fotos da Oficina de Graffiti que rolou em Canoas, realizada pelo Oficineiro Kuka da CUFA de Porto Alegre.







CUFA RS

Fotos: Náthaly Weber e William Rodrigues